
Em muitas das nossas belas praias, deparamo-nos frequentemente com um cenário que divide opiniões e que, por vezes, afasta os banhistas menos habituados: a presença de algas marinhas na água.
Se para alguns a sua presença é vista como um sinal de vida e saúde do ecossistema, para outros, especialmente para os turistas de zonas sem costa, é motivo de repulsa e de hesitação em mergulhar.
Esta aversão é, na sua essência, um preconceito que precisa de ser desmistificado. As algas marinhas, nomeadamente as nativas do nosso litoral, não são lixo nem sujidade. São, na verdade, um componente vital da vida marinha, desempenhando um papel crucial na manutenção do equilíbrio ecológico. A sua presença é um indicador de que o ecossistema está vivo e a funcionar, servindo de refúgio e alimento a inúmeras espécies de peixes e outros organismos marinhos.
A maioria das algas costeiras é completamente inofensiva para os humanos. Longe de representarem um perigo, as suas propriedades são muitas vezes benéficas. Algumas são ricas em minerais e vitaminas, sendo utilizadas na gastronomia e na indústria cosmética. Outras, quando depositadas nas praias, criam um ecossistema único, um verdadeiro berçário de vida que serve de alimento para aves e outros animais.
O desconforto que as algas causam é, na maioria das vezes, puramente estético ou tátil. A sensação de pisar algo escorregadio ou a visualização de massas de algas a flutuar na água pode ser desagradável para quem não está habituado. No entanto, é importante ir além da primeira impressão. Entrar na água, mesmo com algas, é uma oportunidade de nos conectarmos com a natureza de uma forma mais genuína e de compreendermos que o oceano não é uma piscina artificial.
É fundamental que haja uma maior consciencialização sobre este tema. Informar os banhistas sobre a importância das algas e os seus benefícios pode ajudar a mudar perceções e a fomentar uma atitude mais respeitosa e informada perante o ambiente marinho. Ao invés de as vermos como um obstáculo, devemos aprender a valorizá-las como um sinal de que estamos a mergulhar num ambiente natural e saudável.
Da próxima vez que se deparar com algas na água, em vez de se afastar, pense na complexa rede de vida que elas representam. Mergulhe e sinta a natureza em toda a sua plenitude. É um pequeno passo que podemos dar para nos aproximarmos do mar e das suas maravilhas, superando um preconceito que apenas nos limita a nós mesmos.